Em tempos de sol tórrido, forte,
em meio à ciranda da vida,
arboresceres em diversas direções,
cenários de enredamentos vários,
esforços para sobreviver no caos....
em um instante de graça,
eis que brotam, lado a lado,
floresceres singelos e reluzentes.
E então na sua poética de flor e ser,
Eles não estão mais sós...
Passam a ser ‘nós’ existenciais.
Potentes.
Na alegria do ‘viver junto’,
desdobram-se em pétalas-movimento,
remexem-se no dia a dia, reinventam-se,
mostram-se em ‘amorendança’!
Espicham-se, espiam-se, entreolham-se,
Admiram-se, reencantam-se, sorriem...
Sobrevivem e renascem todos os dias.
Na calma amorosa de existir,
assim, lado a lado,
é mais fácil, seguir brotando,
vivendo, reinventando-se.
Não há mais vento, nem tempo forte.
Não há mais medo, nem assombros,
Não há futuro, tampouco passado.
Há carícias suaves, cumplicidades partilhadas
movimentos de querer-se e de acionar
intensos afetos e entrelaçamentos.
Abraços e afagos de pele eriçada.
Assim, em terna e graciosa existência,
os floresceres altivos vivem o instante,
o encontro, a vida que pulsa.
Presença plena.
Lado a lado, seguem sendo inspiração
para os outros seres, floresceres...
Quem sabe um dia aprendemos,
com a (nossa) natureza... o Amor?
Maria Luiza Cardinale Baptista
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