Amanheci, neste domingo, com a lembrança nítida de um sonho forte da madrugada. Sonhei que morri. De novo. Sim, porque já sonhei que morri outras vezes, mas é a segunda vez que sonho nitidamente com a experiência de morrer e, pelo jeito, segunda vez que consigo ‘voltar’, digamos assim.
No caso do sonho de hoje, foi impressionante. Sonhei com a passagem da situação de estar dormindo no meu quarto e depois caminhar por alguns espaços diferentes, alguns territórios existenciais diferentes, estava conversando com algumas pessoas, até que uma luz forte me envolveu e eu me desloquei rapidamente para outro lugar, onde havia uma mesa e um rapaz, um homem, ele não era tão novo… Eu olhei para ele e perguntei:
- “O que aconteceu?”
Ele respondeu, olhando fixo para uma espécie de equipamento onde havia dados, mas não era um computador … era um ‘sistema diferente’. Difícil descrever. Então ele disse:
- “Aconteceu um erro. Uma alteração de energia fez teu corpo parar e você foi trazida antes!”.
Eu respondi:
- “Trazida antes?… Que você quer dizer? Não tenho como voltar? Morri então?”.
Ele inclinou a cabeça, como quem lamenta, e respondeu, simplesmente:
- “É foi isso!”
Como de costume, em situações extremas, eu não me abalei. Acho que a vida aos sobressaltos, os desafios todos e tantos sofrimentos que tenho passado por aqui são recursos que me ensinaram até a morrer. Sem abalos e grandes surpresas. Sem assombros ou desespero. Literalmente entendo que a morte faz parte da vida, da Grande Viagem.
Enfim, no sonho, novamente, assim como em tantas outras situações fortes da vida, fui prática e operacional. Lembrei-me de que em outro sonho do tipo, outro moço me dava realmente outro prazo; não era 2024. Então, pensei que o moço esse, de hoje, deveria estar falando a verdade: fui levada antes da hora. E agora?
A primeira reação foi perguntar:
- “Não tem como reverter?”.
Enquanto perguntava, eu olhava em volta e constatava que estava sem o celular e que ali não haveria como mandar ‘uma’ reles de uma mensagem, para avisar as pessoas, que alguém teria que assumir as tarefas da semana, ou ‘alguéns’, já que as tarefas são muitas. Fiquei pensando, calmamente, chateada e já resignada: “eu acho chato isso de morrer e atrapalhar as pessoas, sobrecarregar”.
Enquanto isso, o moço continuava averiguando… o tal o sistema. Depois, pensei que se o tal sistema celestial - claro que imagino que eu vá para o céu! - não estava funcionando, não seria um celular que funcionaria ali… Dioooo. O whatsapp… nem pensar. Pensei: eu tenho o plano mundo da Claro, mas acho que eles não tem um plano Universo, com franquia de chamadas como se fossem chamadas locais, e aplicativos de redes sociais liberadas… nada. Acho que é inviável. Suspeito.
Em dado momento, ele disse:
- “Não adianta, o sistema falhou. Deste ponto, não tem mais como voltar!”.
E eu matutando, quebrando a cabeça, literalmente. É uma situação louca essa, mas eu também estava preocupada com o risco de ter que reencarnar depois, para pagar o prazo que não cumpri. Pensei, não acho justo. Estava bem quieta, cumprindo minha missão. Lidando com amanheceres e anoiteceres, em meio à vida caosmótica. Não tenho culpa se fui trazida antes….a Maluca!
Enfim, se estou escrevendo este texto agora é porque o tal moço conseguiu encontrar alguma alternativa, imagino. Agradeço. Sigo em frente, o tempo que me for permitido. Acredito, mais uma vez, que a parceria com o Moço da Parede deve ter me ajudado. Provavelmente, Ele deve ter se lembrado das tarefas que me deu… ainda há muito por fazer, há textos para escrever, pessoas para cuidar, os filhos, estudantes todos, os projetos, os amores… enfim… Dou graças e desejo boa semana a todos!
Gracias a la vida!
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